domingo, 13 de junho de 2010

Infância

Pobres crianças desalmadas
Cujos sonhos não conduzem
A nenhuma estrada
Cuja vida segue lenta
Descontínua e cansada.
Pobre infância condenada
Flor da vida que já nasce cansada
Brisa que sopra e é barrada
Grão de semente não fecundada
Árvore mal plantada
fruto que não dará em nada.
Pobres crianças famintas
Que vivem sem provar o alimento
Fome de anos,barrigas vazias
Deixadas ao alento
Fome condenada ao esquecimento
Alimentoda alma isento
Fome que obriga a viver
Sem buscar por suprimentos.
Pobres crianças,de idade pouca
Perderam a vez,a voz e a sopa
Tiraram-lhes a paz e a boca
Arrancaram-lhes a alma e as roupas.
Crianças que morreram na infância
Mas são obrigadas a seguir em frente
Crescer,tornar-se meio gente
Tentar sobreviver
Numa semi vida ausente
Vicer num ninho de serpentes
Num mundo de crianças sem fome
Sem alma,sem dó e sem nome.
Pobres crianças adormecidas
No auge,na aurora da vida
Dormir é a única saída
Lutaré lição esquecida
Num mundo de pessoas frias
Que congelaram a madrugada
E as puseram para dormir
Sem cobertor.

domingo, 6 de junho de 2010

As luzes da noite

Naquela noite de ventos calmos
De braços doces e tempo alvo
O céu que vi nascer claro
Ao teu lado
E depois escurecer tão rápido
Ficou negro,ficou fraco
Cheio de luzes e focos opacos
Estrelas de brilho barato
Espetáculo de quinta categoria
Ah, o céu, inspiração dos amantes
Naquela noite se tornou figurante
Diante
Dos brilhos incontáveis que havia em seu olhar.

Seguidores