segunda-feira, 29 de março de 2010

Poesia

Se queres ler minha poesia
Não a leias com a disciplina literária
Entediante, inútil e inválida
Que insiste em analisar o ianalizável
E criar muros para trancar a alma
Ao criar regras para as palavras

Se queres ler minha produção poética
Peço que não faça dela uma análise cética
Pois não se metrifica o que se cria
A partir da alma da poesia
E não se pode classificar,listar,padronizar
O que nem eu sei significar

Se queres ler minha fantasia
Não penses que existe no plano literário
Pois poesia é filha da alma
E doce fruto do imaginário
Que seca ao ser enquadrado
Ao rigor dos padrões arbitrários.
Ah, não se engane ,caro leitor
Não se deixe enganar pela doutrina da poesia
Assim como os poetas condenadamente
Deixam-se enganar pela vida

Os versos tristes do poeta
Não são frutos do eu lírico
São a própria alma que se aperta
Escapando para o plano escrito

As palavras que ao serem lidas
Trazem dor,tristeza,emoção
São excreções inflamadas
De feridas do coração

Se doem ao serem lidas
Para os sem interesse e afinidade
Ao nascerem, imagine
Quão maior sua intensidade

Ah,não se engane com a desculpa da arte
Pois não existe arte de fingir arte e dor
Tudo o que é escrito é vivido
Sentido e remoído pelo autor

O poeta á aquele que sofre
Às vezes sem motivo pra chorar
Além da tristeza da vida
E da loucura de amar.

O poeta passa pela vida.
Mendigando em estado de coma
Seus versos são seus últimos suspiros
E a desilusão seu único sintoma.


O poeta, caro leigo leitor,
Vive para fugir da vida
E nesta subsistência adquiria
Ele não vive, poetiza.
Não há saída para o amor
Aquele amor dos apaixonados
Que surge como um riacho
De águas claras e limpas
Nas quais todos querem se banhar
Mas depois surgem as ondas
Que no amor vem trazer
O tormento da vida

Não há remédio para o amor
Aquele amor dos desesperados
Que consome campos vastos
Desidrata fontes,seca pastos
Sem fazer nenhum sentido
Sem pudor e sem motivo.

Não há o que justifique o amor
Aquele que destrói a integridade
Que invalida todas as verdades
Em nome de um nada sem valor
Que algum chamam de amor
Mas eu, indignado,
Eu o chamo de diabo
Maligno é o amor
Que nos afoga em feridas
Sufoca as esperanças
Da dignidade nos priva
E desconcerta a vida.

sábado, 6 de março de 2010

Dia de Sol e Chuva

Estou feliz como num estranho dia
Em que pela manhã o sol irradia
E depois chove pela noite adentro
Mas a tarde chove e faz sol ao mesmo tempo.
Não sei se a tristeza é sol ou água que cai do céu
Mas a tristeza me invade de modo cruel
E não consigo distinguir seu papel.
Mas a alegria também me invade o dia inteiro
E o riso também é meu companheiro
Rio por não saber nada ao certo.
Quando o céu está de nuvens coberto,
E as nuvens despencam água no chão
Minha vestes ficam molhadas
Mas seco fica meu coração
E então acaba a trovoada
E um raio de sol traz brilho
Daí choro sorrindo
Porque a luz do sol voltou
Mas o céu ainda não está limpo.
Estou feliz que esteja chovendo
Desde que não chova dentro de mim
Estou feliz por estar triste
Desde que essa tristeza tenha fim.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Depois de você

Depois que você passou por mim
Nunca houve mais ninguém
Nem senti mais nada assim
Que me fizesse pensar além

Depois de gravar o teu olhar
Só enxergo nos outros os olhos
E nenhum deles tem a profundidade
Que havia naquele seu olhar

Depois de sentir seu cheiro
As flores não contêm aroma algum
E a suavidade do cheiro de sua pele
Não encontrei em perfume algum

Depois de receber seu sorriso
Nenhuma palavra que provoque riso
Fez com que eu sentisse a alegria
Que o seu sorriso me trazia

Depois do momento da despedida
Tudo mudou em minha vida
Perdi o sono ,perdi a razão
Mas nada mudou em meu coração.

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