quinta-feira, 26 de abril de 2018

Lembrança da infância

https://m.youtube.com/watch?v=suj-2sbSFKs

Eu era criança, uma jovem menina
E a mãe divina
Me ensinava brincar com tintas
O céu eu colori com o azul
Veja o verdes das matas
E as cores das flores
Que fiz só pra você, minha filha
Eu era menina
E a mãe divina
Era minha familia

Eu era um bebê aprendendo a ver o mundo
Minha doce mãe colhia frutos
Da árvore da vida pra eu comer
Me abençoava a fronte
Filha , não importa onde
Haverás de vencer
Eu era bebê
E minha mãezinha
Era tudo o que eu tinha

Eu nada era em seu ventre sagrado
A deusa mãe entoava cantos
Liras e mantras encantados
Eu nada sabia estava apenas
Dentro, a frente ao seu lado
Eu nada era
E em seu colo uterino
Eu era ela

E então passou se eras
E então me separei dela
Não sei onde estive, andei perdida
Não sei o nome de minha mãe
Não sei o valor de minha vida
Apenas ouço as canções
E sinto o vento me acariciar
Vejo o céu, vejo a arte
Lembranças doces por toda parte
Lembro de algo que não posso ver
E sinto seus braços a me envolver
É ela dizendo
Harevás de vencer

domingo, 22 de abril de 2018

Ao fim da vida

Ao fim da vida espero apenas
Ter escrito muitos poemas
Ter dado muito alimento
Para alminhas pequenas
Ter ouvido muitas palavras
Mas não mais do que canções
Ter falado bastante
Não mais no entanto
Do que entoado cantos
Espero ter visto dramas
No teatro apenas
Espero ter amado bastante
O suficiente para ter mudado o mundo
Nem que seja por um breve segundo
Espero ter aprendido a sambar
Assim como aprendi a sorrir
Espero que de tanto ver as estrelas no céu
Meus olhos se tornem duas delas
E iluminem o caminho de quem estiver na frente
Espero que de tanto amar
Perceba que estamos aqui só pra observar
A boiada  passar
Mas que seja de camarote.

O medo

O medo é um devaneio
Uma ilusão, um  esquecimento
Um lapso no tempo
Tire o tempo do medo
Verás um grande segredo
Não há medo se não há tempo
Fique atento
Veja
Seu medo é uma gota de água
Que cai da biqueira
Você tenta usar ela pra matar sua sede
Olhe pra frente e veja
Oceanos e cachoeiras
Há uma vida inteira
Arco iris e estrelas
Esperando para serem contemplados
Deixe seu medo de lado
Vai nadar no riacho
Tem muita vida fora dele,
Acho.

Olhares no céu

Sou seguida por olhares doces
Há  poder e mistério nesses olhares
Se revelam para mim inesperadamente
Revelam que estão sempre a minha frente
Quando estou consciente,  lá  vem
Doces olhares exalando
Poder, mistério e doçura
Se apresentam a minha altura
Olho para os olhos que me observam
Desse mundo eles não são
Mas é  neste mundo mesmo
Que se apresentam para mim
Olhares amigos, quando os vejo
Sei que existe o infinito.

O que temer?

Eu sou uma menina sim
Sou uma jovem poetisa, de alma antiga,
De aparência  jovem
De sorriso de criança.
Por que não me entregar pra dança?
Por que não me entregar pro samba?
O que temer?

Eu sou a guardiã de um anjo na terra
Deus me confiou sua criação
Deusa mãe me deu o poder de gerar
Meu coração é um ninho de amor
Para um anjo repousar
Em meu entorno a espada de Miguel
Afasta e corta o mal
O que temer ?

Se por enquanto só posso dar
Amor, afeto e oração
É porque só isso basta
Para sua criação
Os bens, as coisas, a prataria
Podem esperar um pouco pra chegar
Porque cuidar é amar
Amar não é cercar
Amor é entregar
E meu anjo está
Entregue ao melhor cuidador
Aquele que nos vê
Aquele que nos criou
O que temer?

As coisas que ficam pelo caminho

Eu tenho algumas coisas  que ficam pelo caminho
Alguns amores, sonhos, pessoas e animaizinhos
Os animaizinhos são os que mais doem o coração
Ao deixar ir
Porque eles amam da forma mais pura
Se entregam sem querer nada em troca.
Daí tem os sonhos
Cada um que vai é a alma que chora um pouco
Anjos recolhem as lágrimas e plantamos outros
E os homens que amei ao olhar dentro dos olhos
Deixá los ir é me perder um pouco
Para me encontrar de novo
Em um outro olhar.
Só quero que sejam bem felizes
Me ajudaram a conhecer quem eu sou
E eu os agradeço e abençôo.
Os amigos eu sempre os tenho
Não deixo amigos irem
Os guardo  no coração como presentes que são
E as  coisas
Não lembro
Nunca fizeram falta

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Ao entardecer

Tons rosados iluminam o céu
Ao entardecer
Misturam se graciosamente  ao céu azul
Formando o lilás e a perfeição
O rosa- amor que vive no coração
Se entrega à força - céu puro azulado
Gerando luz lilás  - transmutação.
Não  há  medo nessa entrega
Não  há  domínio  nesse receptáculo
Não  há  homogeneidade  que desfaça  
O que  são de criação
Mas há frutos - divinos dons que surgem
Da Luz lilás  da transmutação. 

Incerta hora

Incerta hora, nem luz, nem escuridão
Luzes torpes, sombras frágeis
Calor se esvai, frescor não  tarda
Mas também  não  chega agora
Oh, incerta hora
De certo não  és  aurora
Por certo escuro também  não  está
Crepúsculo  chega no mais tardar
Da tarde
Leva o brilho do sol
Traz o frescor da noite
Inicia aos mistérios da lua
O homem sente o coração  aflito
Os pássaros voam  ligeiros pro abrigo
E o sol prepara a despedida
Lentamente faz sua descida
Rumo ao horizonte
Se curva
Reconhece a majestade
Da rainha da noite
Oh, hora incerta
Crepúsculo, que antecede a Senhora
Que os homens  sob a terra
Mantenham firme a fé
Diante da incerta hora

Duma noite fria de céu estrelado

Noite fria de céu estrelado
Tantas estrelas brilhando - o que dizem?
Acho que dizem para que os homens sejam felizes
Dizem para que nossas estrelas brilhem
Quando olho alguma delas olhar no olhar
Ela parece que aumenta seu brilhar
E eu pareço  estar tão  envolta em seu brilho
Que logo sorrio
E me demoro a sorrir
Pois é  tão  bom sentir
O brilho dela piscando assim
As estrelas do céu
Acho que brilham só  pra mim 

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