sábado, 28 de julho de 2018

Aos terráqueos

Debaixo do asfalto
Do peixe das ruas
De baixo das tuas
Há terra nua
Debaixo da terra
Há microseres que ali habitam
A terra contém  tudo para a vida nascer
Debaixo do asfalto podem nascer sementes
Assim como nascem bebês de seus ventres
E as sementes  podem crescer
Fincar na Terra, virar primaveras
Florir as calçadas
Ser abrigo da passarada
Alimento para os animais
Mas está  tudo debaixo dessa massa pesada
E vocês  costumam usá-la na cara
Escondendo a Primavera de seus corações
Vocês costumam jogar pixe na vida
Esperando  alguma férias de verão
Caros terráqueos
Há  vida na Terra
Nos vimos aqui do alto
Mas está  toda encoberta
De baixo do asfalto.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Não me fale o nome dele

Não me fale o nome dele
Que o que ele me fez não se faz
Deu me de beber em tua taça
E afastou se, deixou me pra traz
Não me fale o nome dele
Dói demais
Saber que hora eu era dele
E hoje não  sou mais
Deus, a sua ausência me dói mais que mil facadas
De nobres punhais
Deus,sinto me desolada
Ao adentrar tuas catedrais
E ver que estão presentes apenas
Belos vitrais
Mas tua presença, não  mais
Não  hei de buscar te mais
Tenho um pouco de amor próprio
Não  irei mais te chamar pelo nome
Sabes onde moro
Busca me se lhe apraz
E não  me fale o nome Dele
Dói demais

Não me fale mais

Manifesta se em mim o deserto da vida
Fala me sobre segredos e solidão
Como foi tua infância?  
Lembranças poucas trago eu
Pois muitas entreguei ao nunca mais
De Deus eu não  falo mais
Com ele, às vezes
Se perguntarem, sou ateu
Qualquer coisa me finjo de sonsa
Mas de Deus eu não  falo mais
Me conte alguma coisa que viveu
Algum amor, alguma decepção
Não é o que tem a ver com a vida?
Trabalho, amor, decepção
Gira em torno disso
Ás vezes vemos sorrisos
Sim, alegria existe
Mas não sei onde reside
Se souber, me conte
Mas de Deus não  me fale mais

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