terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Outono

Ah, sempre haverá o tempo
De se revirar por dentro
As certezas caem como folhas secas no outono
Pouco a pouco
Tornam se frágeis os cordões antes envolventes
Que prendiam às folhas ,os frutos e as sementes
As folhas são tapetes de velhos pensamentos
As certezas são tijolos ocos de areia fina
Quanto mais as temos mais de torna fatal
Render se à força do esvaziamento
E ver que não era de cimento
O edifício das ideias que temos
Ah, o tempo
Sempre trará o momento
De recolher se na solidão de uma paisagem crua
Como um ipê de galhos secos
Se desfaz de seus talentos
Para permitir que as flores
Encontrem novos caminhos para surgir.
Aquele que se entulha em pilares de ferro
Jamais provará o sabor desmoronamento
Descontruir todas certezas
Eis a fatal tarefa do tempo





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