O amor nasce com um olhar
Um olhar de entrega
Dois rios que se encontram
Para juntos se entregarem ao mar
E embora esteja lá o oceano
Reinando sob a terra, soberano
Como um rio de água doce
Nascido em uma nascente pequenina
Lá longe em alguma colina
Como esse rio vai se entregar?
Verás suas águas diluídas
Toda vida nela que é só tua,
Agora, misturada em brumas
Tereis que se findar a um outro ser
E outro rio se tornar
O amor nasce com o reconhecimento
De que em ambos rios fluem
O mesmo sagrado elemento
A água de matéria é a mesma
E essa aparência de ser divergente
É a ilusão do esquecimento
Que água é água no Rio
Fonte, no mar ou na corrente
A água benta do templo
É a mesma água corre nas veias
Quer parada em negras lamas
Quer brotando da terra, nascente
Água é feita de gotas, infinitas
Da mesma matéria que é feita a gente
Então, jovem rio, não temas se entregar
Água você sempre será
Então, donzela,não temas do amante o olhar
Quer em vaso pequeno ou grande
Sina tua será sempre amar
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