segunda-feira, 29 de março de 2010

Ah, não se engane ,caro leitor
Não se deixe enganar pela doutrina da poesia
Assim como os poetas condenadamente
Deixam-se enganar pela vida

Os versos tristes do poeta
Não são frutos do eu lírico
São a própria alma que se aperta
Escapando para o plano escrito

As palavras que ao serem lidas
Trazem dor,tristeza,emoção
São excreções inflamadas
De feridas do coração

Se doem ao serem lidas
Para os sem interesse e afinidade
Ao nascerem, imagine
Quão maior sua intensidade

Ah,não se engane com a desculpa da arte
Pois não existe arte de fingir arte e dor
Tudo o que é escrito é vivido
Sentido e remoído pelo autor

O poeta á aquele que sofre
Às vezes sem motivo pra chorar
Além da tristeza da vida
E da loucura de amar.

O poeta passa pela vida.
Mendigando em estado de coma
Seus versos são seus últimos suspiros
E a desilusão seu único sintoma.


O poeta, caro leigo leitor,
Vive para fugir da vida
E nesta subsistência adquiria
Ele não vive, poetiza.

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