domingo, 15 de novembro de 2009

Chuva

Numa tarde como esta
Aqueles dias em que o tempo
Parece bravo e raivoso
O céu quase roxo
Nuvens baixas e negras
O ar com cheiro pesado
Tudo inspira cuidado
Pois a forte tempestade
Intimida toda a cidade.
Cai então a chuva
Rasga-se o céu em água
As ruas parecem rios
Que correm desordenados
E as crianças mais travessas
Fogem de casa para o quintal
Só para ver a natureza
Expressar toda sua fúria
.A terra, agradecida,
Solta deliciosa fragrância
Que cheira á justiça.
Tudo é água, tudo é chuva.
Não há onde se esconder
Algumas janelas se abrem
Para apreciar o espetáculo:
É de graça, venha ver!
É o céu rindo da gente
Dizendo que quando quiser
Pode acabar com a piada
Que o mundo se tornou.

Ah, se a chuva lavasse almas.
O mundo seria um esgoto
Haveria tantas para serem lavadas
Algumas se dissolveriam
Pois sem suas cascas não são nada
E outros de alma lavada
Talvez sorrissem mais
Talvez amassem mais
Até a hora em que a chuva parasse
E chegasse a hora esperada
De rolar de novo na lama.

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